Começo esse blog no primeiro dia útil de 2009 fazendo um arremate do final de 2008. A Favorita ferve com as revelações da verdadeira identidade de Flora e da aparição de Donatela para Lara e Irene. Nessa novela, tudo acontece ao contrário do que o telespectador está acostumado. Os segredos aparecem apenas para o telespectador, e pouco a pouco os personagens ficam sabendo. Isso me lembra muito Hitchicock e seu suspense agoniante. Era o que faltava para a teledramaturgia brasileira.
Sem dúvidas, essa vai ser uma novela memorável, sendo os vilões os mais lembrados: Flora e Silveirinha, principalmente. Uma pessoa que mereceu o crescimento de sua persoagem é Emanuelle Araújo. Manu foi fundamental para dar graça a Dodi, que no final se tornou um malandro interessante.
Mas a atual novela das oito ainda ficará algumas semanas no ar, portanto, passemos a outra faixa de horário. Negócio da China me chama a atenção por ter influência de dois povos distintos. Os chineses atraem pelo misterioso suspense da máfia e os portugueses dão humor e charme com uma família tradicional que teve uma reviravolta e o sotaque - mesmo que às vezes eu não entenda o que eles falam.
Apesar de todas as críticas negativas, para mim, Grazzi está se saíndo bem. O sotaque, ela perdeu um pouco, mas qual o problema nisso? Há tantos atores cariocas que fazem papéis de paulistas, mineiros, gaúchos e de outras localidades e nunca perdem o xix! Pode-se perceber o esforço de Grazzi, ela ainda vai nos surpreender. E o romance de Lívia e João é lindo, nem precisava entrar outro personagem para substituir Heitor.
Os únicos destaques que vejo em Três Irmãs são as trapalhadas de Alma e a esperteza de Duda. As atuações de Giovanna Antonelli e Daniela Récco não podem passar despercebidas, são excelentes. A veterana aguçou o jeito desastrado da irmã do meio Jequitibá, o que fez com que ela combinasse mais com o ar desencanado de Gregg. Récco estreiou com brilho, e vai ser dessas jóias talentosas que a Globo usa de vez em quando, como Débora Falabella e Leandra Leal.
Para terminar, quero parabenizar Luiz Fernando Carvalho e sua equipe pelo espetacular trabalho em Capitu. Esperava ansiosa pela série que pertence ao projeto Quadrante, e não me surpreendeu a perfeição com que foi conduzida. Maravilhosa, como tudo o que vem de Carvalho. Os olhos de ressaca, de cigana oblíqua e dissimulada, estavam lá, em Letícia Persiles e Maria Fernanda Caândido. Que música fantástica era aquela das propagandas e das horas de delírio de Bentinho?, me perguntei. É Elephant Gun, da banda Beirut. É teatro, cinema e artes plásticas na televisão. Esteve lá para quem quisesse ver, e bobo foi quem não viu.
E hoje não perderei um minuto da estréia de Maysa.